“Talvez nada em nossa história tenha durado tão pouco quanto a confiança no poder, e nada tenha durado tanto quanto a desconfiança [...] em relação ao seu espaço de aparência; e [...] nada é mais difundido que a convicção de que ‘o poder corrompe’”. (Hannah Arendt)
Para que
possamos melhor compreender, faz-se necessário a admissão de que este é um
movimento político, pois o homem, uma vez manifestado sua ação pública, o faz
ante os seus. Cabem então algumas perguntas que a princípio podem ser feitas,
tais como: qual a sua fundamentação? O que se manifesta nesses movimentos? Qual
a sua importância e o que representa para a democracia no Brasil?
Tendo
isso apresentado, talvez já se possa observar a primeira questão, na qual se
torna cada vez mais evidente que a fundamentação desses movimentos de massa, se
faz pela apropriação de se existir nesta multidão que aparentemente se vê é uma
série de “gritos particulares” em meio à multidão que eclodem com o uso das
redes sociais no qual as informações se apresentam de forma bastante
pragmática, com imagens que procuram tornar bastante caricato o que se quer
expressar.
Os governos
existentes não puderam atender uma série de expectativas, os poderes
representativos realizaram ações por vontades próprias e do poder pelo simples
poder; todavia, o poder se efetiva, não como instância última, mas como
potencialização e realização das esferas particulares no publico.
O poder da
massa tende a transformar e ser em última instância o questionamento do próprio
poder em vigência. Porém nem sempre este se mostra ser algo muito salutar, pois
neste meio da multidão, alguém pode fazer-se ouvir como verdade a todos e suba
como uma figura heróica, que poderá se por de forma totalitária. Em países como
Egito, que ocorreu a “primavera árabe”, acabou impondo um governo ainda mais
totalitário que o anterior. As manifestações, aparente, apresentam, assim como
lá, aqui no Brasil, em suas essências ideais nacionalistas em defesa de uma
política “limpa” e com o uso do hino nacional e da bandeira; porém
manifestações de massa e nacionalistas, quase nunca, ao longo da história, nos
levaram a governos democráticos.
João Vicente Freitas Meurer é Bacharel em Filosofia pela PUC-Campinas e
Professor da Rede Estadual de Ensino
Realmente corremos o grande risco de que estas manifestações enfraqueçam a nossa frágil democracia. Um movimento que começou legítimo com o "Passe Livre" pode tomar outras proporções... vocês não acham?
ResponderExcluir