quarta-feira, 26 de junho de 2013

Análise dos movimentos de massa no Brasil, junho 2013



          “Talvez nada em nossa história tenha durado tão pouco quanto a confiança no poder, e nada tenha durado tanto quanto a desconfiança [...] em relação ao seu espaço de aparência; e [...] nada é mais difundido que a convicção de que ‘o poder corrompe’”. (Hannah Arendt)
Para que possamos melhor compreender, faz-se necessário a admissão de que este é um movimento político, pois o homem, uma vez manifestado sua ação pública, o faz ante os seus. Cabem então algumas perguntas que a princípio podem ser feitas, tais como: qual a sua fundamentação? O que se manifesta nesses movimentos? Qual a sua importância e o que representa para a democracia no Brasil?
                Tendo isso apresentado, talvez já se possa observar a primeira questão, na qual se torna cada vez mais evidente que a fundamentação desses movimentos de massa, se faz pela apropriação de se existir nesta multidão que aparentemente se vê é uma série de “gritos particulares” em meio à multidão que eclodem com o uso das redes sociais no qual as informações se apresentam de forma bastante pragmática, com imagens que procuram tornar bastante caricato o que se quer expressar. 
Os governos existentes não puderam atender uma série de expectativas, os poderes representativos realizaram ações por vontades próprias e do poder pelo simples poder; todavia, o poder se efetiva, não como instância última, mas como potencialização e realização das esferas particulares no publico.

O poder da massa tende a transformar e ser em última instância o questionamento do próprio poder em vigência. Porém nem sempre este se mostra ser algo muito salutar, pois neste meio da multidão, alguém pode fazer-se ouvir como verdade a todos e suba como uma figura heróica, que poderá se por de forma totalitária. Em países como Egito, que ocorreu a “primavera árabe”, acabou impondo um governo ainda mais totalitário que o anterior. As manifestações, aparente, apresentam, assim como lá, aqui no Brasil, em suas essências ideais nacionalistas em defesa de uma política “limpa” e com o uso do hino nacional e da bandeira; porém manifestações de massa e nacionalistas, quase nunca, ao longo da história, nos levaram a governos democráticos.

João Vicente Freitas Meurer é Bacharel em Filosofia pela PUC-Campinas e 
Professor da Rede Estadual de Ensino

Um comentário:

  1. Realmente corremos o grande risco de que estas manifestações enfraqueçam a nossa frágil democracia. Um movimento que começou legítimo com o "Passe Livre" pode tomar outras proporções... vocês não acham?

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